Deu no Liberal
EVANDRO CORRÊA
Sucursal Sul e Sudeste do Pará
O Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) recebeu esta semana denúncias contra secretários municipais de Parauapebas, no sudeste do Pará. De acordo com a denúncia protocolada pelo autônomo Marcelo Augusto Carvalho, o servidor Célio Costa, secretário municipal de Planejamento, autorizou, sem a realização de licitação, a contratação de uma empresa de consultoria pelo valor de R$ 2,4 milhões.
Segundo
o denunciante, a contratação ocorreu através de procedimento
administrativo mediante inexigibilidade de licitação, sendo vencedora a
empresa Magnus Auditores e Consultores Associados, com sede em Belo
Horizonte (MG), para realizar a auditoria independente nas contas da
Prefeitura, do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas (SAAEP) e
do Levantamento e Avaliação de Bens Patrimoniais do município.
De
acordo com a denúncia protocolada no TCM, a forma de contratação da
empresa, mediante inexigibilidade de licitação, afronta as normas da Lei
de Licitações, uma vez que existem dezenas de empresas de auditoria e
consultoria estabelecidos no Estado do Pará, capazes de realizar os
serviços contratados com a municipalidade. O denunciante ressalta que o
valor da contratação está acima dos preços praticados pelo mercado
contábil, caracterizando superfaturamento sem precedentes. "A proposta
foi apresentada no dia 2 de janeiro diretamente ao secretário Célio
Costa, um dia após a posse do prefeito de Parauapebas, Walmir Mariano",
diz a denúncia.
Outra
irregularidade apontada pelo denunciante dá conta da contratação da
empresa JBA Engenharia e Consultoria Limitada para a elaboração de
projetos estruturantes e suporte na fiscalização e gerenciamento de
obras.
Segundo
Marcelo Carvalho, a contratação foi recomendada pelo secretário Célio
Costa, também por inexigibilidade de Licitação, pelo prazo de 48 meses,
pelo valor fixo de R$ 70 mil por mês, alcançando um valor total de mais
de R$ 3,3 milhões. "O estarrecedor é que ao valor fixo será ainda
acrescido o percentual de 4% pela execução do projeto básico e executivo
e mais 6% pelo gerenciamento e fiscalização da obra executada e medida
pela prefeitura", diz o denunciante, frisando que a contratação da
empresa JBA Engenharia e Consultoria Ltda, que tem sede na cidade de São
Paulo, implica na terceirização de todas as atividades e atribuições da
secretaria de Obras.
Ao
final do relato, Marcelo Carvalho pede que o TCM envie ofício ao
Ministério Público do Pará, no sentido de que todas as denúncias sejam
rigorosamente apuradas.
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