Fidel Castro falou sobre o bio-combustustivel do Brasil: "Essa história de comida virar combustível não vai acabar bem"
O deputado estadual Edmilson Rodrigues (PSOL) apresentou
requerimento de repúdio à aprovação do Projeto de Lei no 626/2001, liberar o
cultivo de cana-de-açúcar na Amazônia Legal,
em trâmite no Senado. Em pronunciamento na tribuna da Assembleia
Legislativa do Pará, nesta terça-feira, 28, Edmilson fez criticou o senador
Flexa Ribeiro (PSDB-PA), autor da proposta que abre as portas para um novo
ciclo de devastação socioambiental na região. O PL foi aprovado na Comissão de
Meio Ambiente, Defesa do Consumidor, Fiscalização e Controle do Senado, mas
ainda será apreciado pelo plenário daquela Casa antes de ir para a votação na
Câmara Federal.
O projeto conta com a reação de diversas entidades da
sociedade civil, movimentos sociais e pela comunidade científica, que coletando
assinaturas numa petição pública on line, disponível em vários sites. O
objetivo das ongs é pressionar os senadores a revisarem o PL 626 a fim de que
seja rejeitada qualquer menção sobre a autorização de plantio de cana-de-açúcar
na Amazônia Legal.
"Apenas
em 2009, o governo aprovou o zoneamento agroecológico da cana-de-açúcar no
Brasil, que diz onde pode e onde não pode plantar cana. No texto do zoneamento,
o governo decidiu que não era do interesse do país plantar cana na Amazônia, no
Pantanal e na Bacia do Alto Paraguai, e barrou o cultivo em terras indígenas e
áreas protegidas. O Brasil ficou com 63 milhões de hectares de terras para
plantar cana. Porém, toda essa extensão territorial parece ainda não ser
suficiente para a Comissão de Meio Ambiente do Senado, que aprovou a liberação
do 'cultivo sustentável de cana-de-açúcar em áreas alteradas e em campos gerais
situados na Amazônia Legal'. O projeto não explica o que são 'áreas alteradas',
mas tudo indica que se refere às áreas de desmatamento já consolidado que não
precisam ser reflorestadas pelo novo Código Florestal. Já os 'campos gerais'
são áreas de bioma Amazônia onde a vegetação se parece com uma savana. Essas
áreas são comuns principalmente em Roraima e na ilha do Marajó", destaca
Edmilson, no requerimento.
O psolista
também aponta o risco da monocultura de cana empurrar outras atividades, como a
pecuária, para áreas de floresta, o que pode impulsionar ainda mais o
desmatamento. Sem falar nas pesquisas que apontam redução da produtividade da
cana na Amazônia em razão do clima. "É preocupante que o projeto de lei
foi aprovado em decisão terminativa, o que significa que, se não houver
recursos de nove senadores, o texto seguirá diretamente para a Câmara, sem
precisar ser aprovado no plenário do Senado", conclui o requerimento do
deputado.
O requerimento ainda será votado em plenário, pelos demais
parlamentares da Alepa, antes de seguir ao Senado. O inteiro teor do documento
deverá ser levado ao conhecimento da Câmara dos Deputados, Ministério do Meio
Ambiente, Ministério Público Federal (MPF), Instituto do Homem e do Meio
Ambiente da Amazônia (Imazon) e Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará
(OAB-PA)
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