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Prof. Ulisses Vasconcelos |
Parágrafo 1 - Desde muito jovem,
lembro-me de Jáder Barbalho, naquela época inimigo político do governador
Alacid Nunes, como um personagem que se destaca no cenário político paraense e
nacional. Quando Jáder tornou-se governador, fui algumas vezes ter com ele,
juntamente com outras lideranças estudantis, como representante do Centro
Acadêmico de Medicina e Enfermagem da FEP (atual UEPA), solicitar apoio à
criação da UEPA (Universidade Estadual do Pará) e frete de um ônibus aos
estudantes para deslocarem-se a um Congresso da UNE (União Nacional dos
Estudantes) que seria realizado em Piracicaba-SP, em uma época de grande
agitação política dos sindicatos dos metalúrgicos e do último presidente da
República João Figueiredo. Essas e outras solicitações foram atendidas por
Jáder. Hoje, talvez ele seja o político paraense com um 'grande poder' mais
conhecido em todo o Brasil. Foi ele inclusive que colocou em seu governo o desconhecido
Jatene (atual governador paraense), que aliou-se ao Almir Gabriel
(ex-governador já falecido) contra ele; e agora Jatene o persegue pessoal e
politicamente. Toda essa prática política, desde os confrontos políticos de
Jáder com Alacid até Jáder com Jatene em dias atuais, sempre deixou a população
à margem das grandes decisões políticas. A apatia política do brasileiro faz
com que o cenário de exclusão social, corrupção e falta de infraestrutura cada
vez aumente mais, haja vista que no imaginário popular, para a grande população
brasileira, há a ideia de que 'Política' nunca foi um assunto público, mas sim
algo remoto a poucos intelectuais ou àqueles que se dedicam a ela. Afinal, o
problema é cultural. Para muitos brasileiros, o poder político obtido por
aqueles que são eleitos é algo irrevogável, inalienável. Mesmo que na teoria o
país seja uma República Democrática, na qual o poder dos representantes dos
cargos legislativos e executivos emana do povo, na prática o povo tem pouca
consciência disso.
Há a ideia de que o poder é
absoluto (Democracia de poder absoluto) nas mãos dos governantes. Se na teoria
nosso país é 'democrático', na prática, no imaginário popular, somos ainda uma
monarquia. Isso impede que se veja a 'Política' de uma forma séria e, mais
ainda, impede seu desenvolvimento, sua verdadeira reforma e transformação, que
levaria à realização desta como ela deveria ser, ou seja, voltada ao bem comum,
ao desenvolvimento da nação como um todo, e não um espaço de corrupção como
está sendo por toda parte no cenário político.
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