O juiz do Trabalho em Marabá (PA) Jônatas Andrade está com proteção
policial integral, desde esta quinta (25), por conta de suspeitas de que sua
morte estaria sendo encomendada por fazendeiros da região.
(blog do Leonardo Sakamoto)
Jônatas tornou-se conhecido por julgar ações trabalhistas de centenas de
milhões de reais que envolviam a Vale. No ano passado, recebeu o Prêmio
Nacional Direitos Humanos, concedido pela Presidência da República, por conta
de sua luta contra o trabalho escravo. Ironicamente, também atua na implantação
de programas de proteção aos trabalhadores e lideranças sociais ameaçados de
morte no Sul do Pará.
Denúncias que chegaram à Justiça do Trabalho afirmam que o fazendeiro
Délcio José Barroso Nunes estaria envolvido. A Polícia Federal procurou-o,
nesta quarta (24) e ele foi ouvido hoje, em Rondon do Pará, negando qualquer
envolvimento. Este blog não conseguiu localizá-lo até a publicação deste post.
Delsão, como é conhecido, também é acusado de ser o mandante do
assassinato de José Dutra da Costa, o Dezinho, liderança de trabalhadores
rurais morta em 2000 em Rondon do Pará. Além de desmatamento ilegal, grilagem
de terra e violação dos direitos trabalhistas de empregados de suas
madeireiras, serrarias e carvoarias.
Em abril deste ano, o Ministério do Trabalho e Emprego resgatou nove
pessoas que estavam sob sua responsabilidade: duas na fazenda Lacy e sete na
madeireira Paricá, ambas no já citado município. Região de extração de madeira,
Rondon tem um histórico de violência contra os movimentos sociais, que acusam
os grandes fazendeiros locais de terem criado um “sindicato do crime”.
De acordo com fontes que não quiseram se identificar por medo de
represálias, Delsão coagia os trabalhadores a não reivindicar seus direitos na
Justiça. E, nos casos em que se via obrigado judicialmente a pagar, quitava
apenas as primeiras parcelas. Depois, apostava no tempo para vencer o
trabalhador pelo cansaço. As denúncias contra ele apontam que a maior parte de
seu patrimônio está em nome dos filhos e das mulheres.
Jônatas Andrade percebeu esse modus operandi, reuniu todas as execuções
judiciais contra ele (que totalizavam R$ 3,5 milhões) e, cansado de enviar
oficiais de Justiça que voltavam de mãos vazias por conta de prepostos que
impediam a remoção dos bois, foi até a fazenda e determinou o embarque do gado.
Requisitou o parque de exposições da cidade, sob resistência de pecuaristas e
políticos locais, para negociar cerca de 900 cabeças a fim de quitar os débitos
de Delsão com a Justiça. Segundo informações obtidas na cidade, o fazendeiro
reclamou que seus bois de “elite” foram vendidos como bois comuns.
Caso Dezinho
A atuação de Dezinho como liderança de trabalhadores rurais em Rondon do
Pará começou na década de 80. Nos anos 90, foi eleito presidente do Sindicato
dos Trabalhadores Rurais e denunciou práticas de trabalho escravo, pistolagem e
a existência de cemitérios clandestinos em fazendas da região. Em 21 de
novembro de 2000, foi assassinado com três tiros pelo matador de aluguel
Wellington de Jesus Silva, que acabou preso em flagrante. As investigações
chegaram até o fazendeiro Décio Barroso Nunes que responde o processo em
liberdade.
Segundo a Comissão Pastoral da Terra, a viúva de Dezinho, Maria Joel da
Costa, que o sucedeu na presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do
Pará, também foi alvo de ameaças.
O
juiz do Trabalho em Marabá (PA) Jônatas Andrade está com proteção
policial integral, desde esta quinta (25), por conta de suspeitas de que
sua morte estaria sendo encomendada por fazendeiros da região.
(blog do Leonardo Sakamoto)
Jônatas tornou-se conhecido por julgar ações trabalhistas de centenas
de milhões de reais que envolviam a Vale. No ano passado, recebeu o
Prêmio Nacional Direitos Humanos, concedido pela Presidência da
República, por conta de sua luta contra o trabalho escravo.
Ironicamente, também atua na implantação de programas de proteção aos
trabalhadores e lideranças sociais ameaçados de morte no Sul do Pará.
Denúncias que chegaram à Justiça do Trabalho afirmam que o fazendeiro
Délcio José Barroso Nunes estaria envolvido. A Polícia Federal
procurou-o, nesta quarta (24) e ele foi ouvido hoje, em Rondon do Pará,
negando qualquer envolvimento. Este blog não conseguiu localizá-lo até a
publicação deste post.
Delsão, como é conhecido, também é acusado de ser o mandante do
assassinato de José Dutra da Costa, o Dezinho, liderança de
trabalhadores rurais morta em 2000 em Rondon do Pará. Além de
desmatamento ilegal, grilagem de terra e violação dos direitos
trabalhistas de empregados de suas madeireiras, serrarias e carvoarias.
Em abril deste ano, o Ministério do Trabalho e Emprego resgatou nove
pessoas que estavam sob sua responsabilidade: duas na fazenda Lacy e
sete na madeireira Paricá, ambas no já citado município. Região de
extração de madeira, Rondon tem um histórico de violência contra os
movimentos sociais, que acusam os grandes fazendeiros locais de terem
criado um “sindicato do crime”.
De acordo com fontes que não quiseram se identificar por medo de
represálias, Delsão coagia os trabalhadores a não reivindicar seus
direitos na Justiça. E, nos casos em que se via obrigado judicialmente a
pagar, quitava apenas as primeiras parcelas. Depois, apostava no tempo
para vencer o trabalhador pelo cansaço. As denúncias contra ele apontam
que a maior parte de seu patrimônio está em nome dos filhos e das
mulheres.
Jônatas Andrade percebeu esse modus operandi, reuniu todas as execuções
judiciais contra ele (que totalizavam R$ 3,5 milhões) e, cansado de
enviar oficiais de Justiça que voltavam de mãos vazias por conta de
prepostos que impediam a remoção dos bois, foi até a fazenda e
determinou o embarque do gado. Requisitou o parque de exposições da
cidade, sob resistência de pecuaristas e políticos locais, para negociar
cerca de 900 cabeças a fim de quitar os débitos de Delsão com a
Justiça. Segundo informações obtidas na cidade, o fazendeiro reclamou
que seus bois de “elite” foram vendidos como bois comuns.
Caso Dezinho
A atuação de Dezinho como liderança de trabalhadores rurais em Rondon
do Pará começou na década de 80. Nos anos 90, foi eleito presidente do
Sindicato dos Trabalhadores Rurais e denunciou práticas de trabalho
escravo, pistolagem e a existência de cemitérios clandestinos em
fazendas da região. Em 21 de novembro de 2000, foi assassinado com três
tiros pelo matador de aluguel Wellington de Jesus Silva, que acabou
preso em flagrante. As investigações chegaram até o fazendeiro Décio
Barroso Nunes que responde o processo em liberdade.
Segundo a Comissão Pastoral da Terra, a viúva de Dezinho, Maria Joel da
Costa, que o sucedeu na presidência do Sindicato dos Trabalhadores
Rurais do Pará, também foi alvo de ameaças.
O
juiz do Trabalho em Marabá (PA) Jônatas Andrade está com proteção
policial integral, desde esta quinta (25), por conta de suspeitas de que
sua morte estaria sendo encomendada por fazendeiros da região.
(blog do Leonardo Sakamoto)
Jônatas tornou-se conhecido por julgar ações trabalhistas de centenas
de milhões de reais que envolviam a Vale. No ano passado, recebeu o
Prêmio Nacional Direitos Humanos, concedido pela Presidência da
República, por conta de sua luta contra o trabalho escravo.
Ironicamente, também atua na implantação de programas de proteção aos
trabalhadores e lideranças sociais ameaçados de morte no Sul do Pará.
Denúncias que chegaram à Justiça do Trabalho afirmam que o fazendeiro
Délcio José Barroso Nunes estaria envolvido. A Polícia Federal
procurou-o, nesta quarta (24) e ele foi ouvido hoje, em Rondon do Pará,
negando qualquer envolvimento. Este blog não conseguiu localizá-lo até a
publicação deste post.
Delsão, como é conhecido, também é acusado de ser o mandante do
assassinato de José Dutra da Costa, o Dezinho, liderança de
trabalhadores rurais morta em 2000 em Rondon do Pará. Além de
desmatamento ilegal, grilagem de terra e violação dos direitos
trabalhistas de empregados de suas madeireiras, serrarias e carvoarias.
Em abril deste ano, o Ministério do Trabalho e Emprego resgatou nove
pessoas que estavam sob sua responsabilidade: duas na fazenda Lacy e
sete na madeireira Paricá, ambas no já citado município. Região de
extração de madeira, Rondon tem um histórico de violência contra os
movimentos sociais, que acusam os grandes fazendeiros locais de terem
criado um “sindicato do crime”.
De acordo com fontes que não quiseram se identificar por medo de
represálias, Delsão coagia os trabalhadores a não reivindicar seus
direitos na Justiça. E, nos casos em que se via obrigado judicialmente a
pagar, quitava apenas as primeiras parcelas. Depois, apostava no tempo
para vencer o trabalhador pelo cansaço. As denúncias contra ele apontam
que a maior parte de seu patrimônio está em nome dos filhos e das
mulheres.
Jônatas Andrade percebeu esse modus operandi, reuniu todas as execuções
judiciais contra ele (que totalizavam R$ 3,5 milhões) e, cansado de
enviar oficiais de Justiça que voltavam de mãos vazias por conta de
prepostos que impediam a remoção dos bois, foi até a fazenda e
determinou o embarque do gado. Requisitou o parque de exposições da
cidade, sob resistência de pecuaristas e políticos locais, para negociar
cerca de 900 cabeças a fim de quitar os débitos de Delsão com a
Justiça. Segundo informações obtidas na cidade, o fazendeiro reclamou
que seus bois de “elite” foram vendidos como bois comuns.
Caso Dezinho
A atuação de Dezinho como liderança de trabalhadores rurais em Rondon
do Pará começou na década de 80. Nos anos 90, foi eleito presidente do
Sindicato dos Trabalhadores Rurais e denunciou práticas de trabalho
escravo, pistolagem e a existência de cemitérios clandestinos em
fazendas da região. Em 21 de novembro de 2000, foi assassinado com três
tiros pelo matador de aluguel Wellington de Jesus Silva, que acabou
preso em flagrante. As investigações chegaram até o fazendeiro Décio
Barroso Nunes que responde o processo em liberdade.
Segundo a Comissão Pastoral da Terra, a viúva de Dezinho, Maria Joel da
Costa, que o sucedeu na presidência do Sindicato dos Trabalhadores
Rurais do Pará, também foi alvo de ameaças.
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