Brasília - DF: A presidente Dilma Rousseff autorizou a criação do
Comando Militar do Norte, que abrangerá os Estados do Pará, Maranhão e
Amapá, a partir da separação do Comando Militar da Amazônia (CMA). A
decisão é estratégica e faz parte do processo de expansão da presença do
Estado brasileiro na linha de fronteira menos povoada no norte do País
e, de uma maneira geral, no "continente" amazônico.
O novo CMN será o oitavo comando do Exército, terá sede em Belém do Pará, e ocupará uma área de cerca de 1,722 milhão de quilômetros quadrados, território correspondente a 42% do tamanho do atual Comando Militar da Amazônia.
Localizado na Amazônia Oriental, o novo comando é defendido pelos
militares por ter características completamente diferentes da Amazônia
Ocidental. De início, contará com dez mil homens. Mas, dentro da
estratégia de ocupação da região, uma nova Brigada de Infantaria de
Selva, em Macapá, a ser batizada de Brigada da Foz, será construída e
irá reforçar a região com mais cerca quatro mil homens. O CMA dispõe
hoje de 27 mil soldados e com a divisão passará a 17 mil, embora o
deslocamento de novas unidades para a Amazônia já estejam previstas,
para reforçar a área de fronteira. O Estado do Maranhão, que pertencia
ao Comando Militar do Nordeste, integra agora o Comando do Norte.
Considerado prioritário pelo Exército, o Comando da Amazônia vai cuidar
de 9.358 quilômetros de fronteira - ele perdeu 1.890 quilômetros para o
novo comando do Norte.
Diferenças. Para demonstrar a diferença de vocação entre as áreas
oriental e ocidental da região e a necessidade de dividi-las, o Exército
menciona que, na ocidental, as tropas do Exército são constantemente
empregadas no combate a delitos transfronteiriços como o narcotráfico, o
contrabando e os crimes ambientais, dentre outros. Por isso, a
preparação de seus soldados é voltada, principalmente, à vigilância das
fronteiras terrestres.
Já na área Oriental da Amazônia, onde o Comando do Norte será criado,
as tropas têm sido empregadas normalmente em ações de Garantia da Lei e
da Ordem, com enfoque à proteção de infraestruturas estratégicas,
combate à exploração ilegal de recursos naturais e conflitos sociais. O
Pará, por exemplo, tem extensas áreas de garimpo onde os conflitos são
constantes. O Estado possui também extensas áreas onde florestas são
frequentemente devastadas. O novo comando cuidará das menos habitadas e
menos problemáticas fronteiras com as três Guianas: Suriname
(ex-holandesa), Guiana (inglesa) e Guiana Francesa.
A 15ª estrela. O general-de-Exército Eduardo Villas Bôas continuará à
frente do Comando Militar da Amazônia, em Manaus. O general Osvaldo de
Jesus Ferreira, que receberá a quarta estrela no dia 31 de março, ficará
à frente do novo comando do Norte. O decreto assinado pela presidente
Dilma, no dia 7 de março, abrindo as portas para a criação do comando do
Norte, na verdade, apenas fixou o novo efetivo da Força Terrestre,
criando mais uma vaga de general de Exército, a ser ocupada pelo novo
comandante militar do Norte. Agora, o Exército que tinha 14 generais
"quatro estrelas", passa a ter 15. No total, a Força passa a ter 147
oficiais-generais, com a criação de outras sete vagas, sendo duas de
generais de divisão e cinco de general de brigada. O efetivo do Exército
em 2013 passa a ser de 222 mil 596 homens.
Autor: Com informações agestado
Via AMAZÔNIA INFORMA
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