De Caracas - "Somos pobres e
somos muitos..." discursava uma mulher no meio da multidão que cercou o
Palácio Miraflores, sede do governo, para resgatar Hugo Chávez no
contra-golpe popular do dia 13 de abril de 2002 (o presidente tinha sido
sequestrado dois dias antes pelos golpistas, a direita e o imperialismo
festejavam pelo mundo afora a derrubada do "tirano"). Chávez voltando
ao Miraflores nos braços do seu povo. Já assisti a este documentário bem
uma dezena de vezes desde que aqui estive pela primeira vez em 2008 (de
março a maio), peguei inclusive os eventos marcando o sexto aniversário
do golpe.
A tal mulher no documentário, com cara e jeito de gente pobre, é sempre uma emoção renovada, toda vez que vejo me bate forte. Há umas duas semanas vi novamente, numa sexta-feira à noite, nas imediações da Praça Simón Bolívar, miolo da capital. Uma pequena aglomeração diante de três televisores (a foto acima), mais uma das inúmeras - muitas vezes simultâneas - promoções da campanha eleitoral pró Chávez (eleição em 7 de outubro), tocadas pelo chamado Comando Carabobo (nome de uma batalha vencida por Bolívar durante a guerra de libertação no início do século 19) e pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e mais de uma dezena de partidos aliados (inclusive o antigo Partido Comunista da Venezuela, PCV, aqui apelidado de "Gallo Rojo" - Galo Vermelho).
Topei com a exibição do documentário a uma quadra e meia, ao deixar outra pequena manifestação, um pouco mais abaixo, junto ao prédio da Assembleia Nacional (equivalente ao nosso Congresso Nacional, com a particularidade de que aqui não há Senado, apenas o que equivale à nossa Câmara dos Deputados, com 165 "diputados": 98 pró Chávez e 67 contra).
São estas duas fotos aí. Era um grupo musical que estava tocando reggae, cantaram músicas revolucionárias, algumas cubanas ("...tu querida presencia, comandante Che Guevara..."). Essa figura aí olhando para o palco e apontando para o boneco de Chávez, estava se mexendo ao ritmo da música (aqui não falta gente "bailando" em tais manifestações), me explicou uns detalhes do reggae, da salsa, do merengue (o mais popular aqui), ou seja, dos ritmos caribenhos, na verdade não entendi quase nada (definitivamente música não é o meu forte, me desculpem amigos baianos como Militão, Paulo Bina, Borega, Araken, Wilson Aragão, Rui Santana...).
Seu nome é Armando Torres, uns 40/50 anos, de profissão carpinteiro, chavista roxo, morador de bairro popular (Paróquia de Sucre, município de Libertador, Caracas), é ligado em música, disse que já esteve em Cuba treinando a percussão, aí aproveitei pra dizer "ah, Cuba é considerada a Meca da percussão", ele concordou mostrando contentamento (quando converso sobre assunto que não entendo bem, aproveito pra mencionar alguma coisinha que li ou ouvi a respeito).
Mas a história do simpático Armando é mais longa: me contou que estuda Comunicação, quinto semestre, na Universidade Bolivariana, inclusive trabalhou num documentário para Catia TV. Catia (pronuncia-se como se tivesse acento no primeiro "a" no nosso português) é outro bairro popular aqui da capital muito populoso, Chávez esteve fazendo comício lá na segunda-feira, dia 17. Trata-se de uma emissora de TV comunitária, de atuação muito reconhecida por aqui, já ouvi algumas referências elogiosas partidas de chavistas.
(Botei o número 1 acima no título, como sendo uma série. Tenho um bocado de fotos de minhas andanças pela cidade, a maioria coisas de política, que terminam sem aproveitamento no blog. Vamos ver).
A tal mulher no documentário, com cara e jeito de gente pobre, é sempre uma emoção renovada, toda vez que vejo me bate forte. Há umas duas semanas vi novamente, numa sexta-feira à noite, nas imediações da Praça Simón Bolívar, miolo da capital. Uma pequena aglomeração diante de três televisores (a foto acima), mais uma das inúmeras - muitas vezes simultâneas - promoções da campanha eleitoral pró Chávez (eleição em 7 de outubro), tocadas pelo chamado Comando Carabobo (nome de uma batalha vencida por Bolívar durante a guerra de libertação no início do século 19) e pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e mais de uma dezena de partidos aliados (inclusive o antigo Partido Comunista da Venezuela, PCV, aqui apelidado de "Gallo Rojo" - Galo Vermelho).
Topei com a exibição do documentário a uma quadra e meia, ao deixar outra pequena manifestação, um pouco mais abaixo, junto ao prédio da Assembleia Nacional (equivalente ao nosso Congresso Nacional, com a particularidade de que aqui não há Senado, apenas o que equivale à nossa Câmara dos Deputados, com 165 "diputados": 98 pró Chávez e 67 contra).
São estas duas fotos aí. Era um grupo musical que estava tocando reggae, cantaram músicas revolucionárias, algumas cubanas ("...tu querida presencia, comandante Che Guevara..."). Essa figura aí olhando para o palco e apontando para o boneco de Chávez, estava se mexendo ao ritmo da música (aqui não falta gente "bailando" em tais manifestações), me explicou uns detalhes do reggae, da salsa, do merengue (o mais popular aqui), ou seja, dos ritmos caribenhos, na verdade não entendi quase nada (definitivamente música não é o meu forte, me desculpem amigos baianos como Militão, Paulo Bina, Borega, Araken, Wilson Aragão, Rui Santana...).
Seu nome é Armando Torres, uns 40/50 anos, de profissão carpinteiro, chavista roxo, morador de bairro popular (Paróquia de Sucre, município de Libertador, Caracas), é ligado em música, disse que já esteve em Cuba treinando a percussão, aí aproveitei pra dizer "ah, Cuba é considerada a Meca da percussão", ele concordou mostrando contentamento (quando converso sobre assunto que não entendo bem, aproveito pra mencionar alguma coisinha que li ou ouvi a respeito).
Mas a história do simpático Armando é mais longa: me contou que estuda Comunicação, quinto semestre, na Universidade Bolivariana, inclusive trabalhou num documentário para Catia TV. Catia (pronuncia-se como se tivesse acento no primeiro "a" no nosso português) é outro bairro popular aqui da capital muito populoso, Chávez esteve fazendo comício lá na segunda-feira, dia 17. Trata-se de uma emissora de TV comunitária, de atuação muito reconhecida por aqui, já ouvi algumas referências elogiosas partidas de chavistas.
(Botei o número 1 acima no título, como sendo uma série. Tenho um bocado de fotos de minhas andanças pela cidade, a maioria coisas de política, que terminam sem aproveitamento no blog. Vamos ver).
Jadson Oliveira é jornalista baiano e vive viajando pelo Brasil, América Latina e Caribe. Atualmente está em Caracas (Venezuela). Mantém o blog Evidentemente - www.blogdejadson.blogspot.com .
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