domingo, 14 de julho de 2013

Jader Barbalho, a Justiça e a força das ruas


A recente condenação do Jader Barbalho a ressarcir R$ 2,2 milhões à União, por apropriação ilícita de recursos públicos federais (decisão que ainda cabe recurso), pode parecer uma coisa corriqueira da Justiça. Pode parecer, mas talvez as manifestações das ruas tenham chegado aos ouvidos dos homens togados.
Não custa imaginar que talvez o Judiciário brasileiro também tenha que descer do seu pedestal e ensaiar uma resposta à voz das ruas. E essa resposta pode atingir um Jader Barbalho, que passou por um triz na Lei da Ficha Limpa. Não esqueçamos que o Supremo já se expôs bastante para segurar a posse do "Caboclo Paraense", como ele próprio se denomina.
Na nomenclatura dos visados pela Justiça, Jader é um dos nomes mais vulneráveis: Sarney tem uma retaguarda, Lula; Renan Calheiros tem o núcleo duro do PMDB; enquanto que Jader está enfraquecido na política nacional. Talvez Sua Majestade, a Justiça, tenha que entregar a cabeça de alguém na bandeja para a turba. Quem será?

Um comentário:

  1. A PRÁTICA E A APATIA POLÍTICA BRASILEIRA É PROBLEMA CULTURAL.
    É POSSÍVEL MUDAR A POLÍTICA ?

    Parágrafo 1 - Desde muito jovem, lembro-me de Jáder Barbalho, naquela época inimigo político do governador Alacid Nunes, como um personagem que se destaca no cenário político paraense e nacional. Quando Jáder tornou-se governador, fui algumas vezes ter com ele, juntamente com outras lideranças estudantis, como representante do Centro Acadêmico de Medicina e Enfermagem da FEP (atual UEPA), solicitar apoio à criação da UEPA (Universidade Estadual do Pará) e frete de um ônibus aos estudantes para deslocarem-se a um Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes) que seria realizado em Piracicaba-SP, em uma época de grande agitação política dos sindicatos dos metalúrgicos e do último presidente da República João Figueiredo. Essas e outras solicitações foram atendidas por Jáder. Hoje, talvez ele seja o político paraense com um 'grande poder' mais conhecido em todo o Brasil. Foi ele inclusive que colocou em seu governo o desconhecido Jatene (atual governador paraense), que aliou-se ao Almir Gabriel (ex-governador já falecido) contra ele; e agora Jatene o persegue pessoal e politicamente. Toda essa prática política, desde os confrontos políticos de Jáder com Alacid até Jáder com Jatene em dias atuais, sempre deixou a população à margem das grandes decisões políticas. A apatia política do brasileiro faz com que o cenário de exclusão social, corrupção e falta de infraestrutura cada vez aumente mais, haja vista que no imaginário popular, para a grande população brasileira, há a ideia de que 'Política' nunca foi um assunto público, mas sim algo remoto a poucos intelectuais ou àqueles que se dedicam a ela. Afinal, o problema é cultural. Para muitos brasileiros, o poder político obtido por aqueles que são eleitos é algo irrevogável, inalienável. Mesmo que na teoria o país seja uma República Democrática, na qual o poder dos representantes dos cargos legislativos e executivos emana do povo, na prática o povo tem pouca consciência disso.
    Há a ideia de que o poder é absoluto (Democracia de poder absoluto) nas mãos dos governantes. Se na teoria nosso país é 'democrático', na prática, no imaginário popular, somos ainda uma monarquia. Isso impede que se veja a 'Política' de uma forma séria e, mais ainda, impede seu desenvolvimento, sua verdadeira reforma e transformação, que levaria à realização desta como ela deveria ser, ou seja, voltada ao bem comum, ao desenvolvimento da nação como um todo, e não um espaço de corrupção como está sendo por toda parte no cenário político.

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