segunda-feira, 25 de março de 2013

Gaby Amarantos lança DVD gravado no Jurunas


Gaby Amarantos lança DVD gravado no Jurunas (Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)
Gaby Amarantos é uma cantora em ascensão. Nos últimos dois anos a paraense passou de queridinha de alguns antenados atraídos pela exótica premissa de música eletrônica da Amazônia do tecnobrega para se tornar um nome cada vez mais consolidado nacionalmente estrelando trilhas de novelas como “Cheias de Charme” e “Salve Jorge”.
Um pouco do início dessa história pode ser vista no DVD “Gaby Live in Jurunas”, parceria entre as produtoras Petites Planétes (França) e Greenvision (Brasil). O show, gravado em 2011, pode ser encarado como uma espécie de embrião do que viria ser o primeiro álbum solo da artista, “Treme”, lançado um ano depois. A apresentação é, literalmente, uma volta às origens. O palco foi montado na rua em que ela cresceu, bem em frente à casa da mãe, no bairro do Jurunas, periferia de Belém.
“Foi a prova de fogo do CD, que ainda estávamos planejando. Pensei: ‘Se curtirem o show no Jurunas, no lugar que nasci e me criei, vão curtir em qualquer lugar’”, vaticina Gaby Amarantos. O DVD será lançado hoje no Jurunas, com uma exibição ao ar livre no mesmo local onde ocorreu o show.
Não que ela fosse uma iniciante na época. Gaby começou a cantar em um coro de igreja, ainda adolescente. Virou fenômeno regional ao assumir os vocais da banda Tecnoshow, com a qual se apresentou por dez anos. O repertório apesar de enxuto - conta apenas com 33 minutos de duração e cinco músicas - reflete sua trajetória reunindo uma sequência de hits como “Faz o T”, “Beba Doida” e “Galera da Laje”.
Se a reação do público servia como termômetro, ela não deve ter saído decepcionada. A gravação reúne inúmeros momentos em que fãs extrapolam na empolgação, como quando o garoto que se identifica com o nome de guerra Tiffany Wilson sobe ao palco para dançar o treme ao embalo de “Merengue Latino”. Ou quando os integrantes de um bloco de Carnaval de passagem pelo local se unem à audiência.
“Aquele dia foi um caos. Lembro da sala tomada por cabos e equipamentos. Era tanta coisa que só a minha casa não deu conta. Tivemos que usar a casa da minha vó, dos meus vizinhos. A comunidade inteira veio ajudar. Um fez uma feijoada, o açougueiro da esquina emprestou um toldo na hora da chuva”, conta.
O show também é o começo das parcerias com Felix Robatto e Priscilla Brasil, que se mostraram cruciais para a futura carreira da cantora. Recém saído do grupo de guitarrada La Pupuña, o guitarrista paraense foi um dos grandes responsáveis por moldar a sonoridade de “Treme”, assinando  ao lado de Carlos Miranda a produção musical do disco. Já a codiretora do “Live in Jurunas” é a mesma do clipe “Xirley”, que conquistou os prêmios de Melhor Artista Feminino e Artista do Ano no Video Music Brasil 2012, da MTV.
A solução foi improvisar
“A ideia de gravar um show nesse formato já existia, mas só começou a ganhar forma com a chegada do codiretor Vicente Moon. Era a primeira visita dele a Belém, à procura de artistas para gravar um documentário. Quando conheceu a Gaby, visitou a casa dela, ele pirou, queria gravar naquela mesma semana. Nos convenceu a fazer algo que vínhamos adiando por anos por causa da logística envolvida”, revela Priscilla Brasil, proprietária da Greenvison e empresária de Gaby.
Conhecido pelas “Take away sessions”, o francês Mathieu Saura, mais conhecido como Vincent Moon, já dirigiu clipes de bandas como Bloc Party, The Kooks, The Shins, Animal Collective, Vampire Weekend, Arcade Fire e R.E.M. No Brasil, ele desviou um pouco do seu foco do rock e apontou para a etnografia, registrando o Carnaval, rodas de capoeira, terreiros de umbanda. Na passagem pela capital paraense, gravou com a carimbozeira Dona Onete durante um culto de tambor de mina e com violonista Sebastião Tapajós no meio da mata do Utinga.
“O meu estilo e o dele combinam. Nós queremos fazer as coisas, sem medo de correr riscos. No dia da gravação do DVD caiu uma chuva torrencial. Ficou assim por horas, já pensávamos em gravar dentro da casa. Estava prestes a chorar de desespero. Alguns minutos antes de dar a hora programada pro show, parou de chover”, afirma Priscilla.
Quando o universo parecia conspirar contra os planos dos diretores, eles improvisavam. O palco foi montado em um quadrado minúsculo de 60 centímetros. A iluminação foi conseguida às custas de longos fios da extensão conectadas em quase todas as casas ao redor. Até o lançamento do “Gaby Live in Jurunas” parecia estar dando zica. O DVD ficou sendo adiado devido ao estouro da carreira da cantora, que passou a priorizar a divulgação do CD e shows.
“Tudo que poderia dar errado, deu errado. Mas parece que isso encheu a gente de gana, sabe? Lembro que uma hora começou a cair uma tempestade de novo e veio esse grupo de travestis, carregando guarda-chuvas pra proteger o pessoal da banda. Esse DVD marca um momento muito especial pra mim. Eu olho pra trás e vejo o tanto que eu conquistei agora. O mais bacana é que eu ainda me sinto parte daquele lugar, conheço todas aquelas pessoas”, analisa Gaby, que como boa anfitriã já está se preparando para receber todo mundo em casa de novo. “Dessa vez não vai ter ‘uruca’”, garante. 
NÃO PERCA
A sessão de lançamento do DVD “Gaby Live in Jurunas” será hoje, às 19h, na rua Nova Segunda, 122, entre Roberto Camelier e Onorio Pena, Jurunas. Entrada franca.
(Diário do Pará)

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