segunda-feira, 25 de março de 2013

Marina Silva faz campanha na Amazônia para conseguir 600 mil assinaturas.



Portal Amazônia  
  Rafael S. Nobre - jornalismo@portalamazonia.com
Marina Silva pretende arrecadar 600 mil assinaturas para fundar novo partido. Foto: Diego Oliveira/ Portal Amazônia.
Marina Silva pretende arrecadar 600 mil assinaturas para fundar novo partido. Foto: Diego Oliveira/ Portal Amazônia.
 
MANAUS – A ex-senadora pelo Estado do Acre e ex-ministra de Meio Ambiente, Marina Silva, esteve em Manaus, neste sábado (23), onde visitou o canal Amazon Sat e o portalamazonia.com como parte da agenda pelo País para divulgar o recolhimento de assinaturas para criar um novo partido político: Rede. Ela concedeu entrevista exclusiva ao portalamazonia.com, onde falou das expectativas sobre o novo partido e disse o que espera dos amazônidas. Como a coleta de assinatura será realizada em Manaus?
Estamos fazendo um esforço para coletar 550 mil assinaturas no Brasil inteiro e, partir de agora, estamos em visita a vários estados da federação. Estive em Rio de Janeiro, São Paulo, na passada, e no Pará. Estou aqui no Amazonas. Amanhã vou para o Acre, Campo Grande, Rio Grande do Sul, Minas Gerais; o Brasil inteiro. E aqui, enfim, em Manaus, no Amazonas, a ideia é que a gente possa pedir ajuda das pessoas para que elas divulguem o nosso site: www.brasilemrede.com.br, que baixem a ficha, preencham; e vejam, no próprio site, no lugar onde os endereços mais próximos estão e enviem diretamente. É importante para a política brasileira ter um partido comprometido com a defesa do meio ambiente, do desenvolvimento sustentável, da ética na política. Então, é um esforço coletivo em que, em rede, buscamos fazer o debate programático para que tenhamos propostas para o Brasil e, ao mesmo tempo, a coleta das assinaturas.
São necessárias 550 mil assinaturas. Já tem um número parcial de quantas foram coletadas até agora?
Nós temos um mês de decisão de fundar o partido. Nesse um mês o nosso esforço foi ter uma coordenação nacional que já temos com 90 pessoas; uma executiva nacional que já temos com 16 pessoas; os dois porta-vozes que sou eu e um rapaz de Minas Gerais, o Cássio; e ter os coletivos estaduais. Depois desse esforço todo organizativo, nós começamos a coleta induzida de assinatura. Mas só na coleta espontânea, até chegarmos aqui, já temos mais de 100 mil assinaturas.
Isso significa que tem um potencial muito grande, porque a maioria das pessoas que imprime a ficha, ela não imprime uma ficha só pra ela. Ela imprime uma ficha pensando no esposo, no amigo, no vizinho, no colega de sala de aula. E é assim que está sendo feito: um processo exponencial de coleta de assinaturas que nós esperamos, se Deus quiser aí, com a ajuda do povo brasileiro, em três-quatro meses, nós tenhamos as 550 mil assinaturas válidas; porque precisar de um pouco mais. Porque algumas são perdidas, são invalidadas na Justiça Eleitoral. Então, já estamos botando um percentual a mais, de 600 mil assinaturas.
Quais os critérios utilizados para validar ou invalidar uma assinatura?
Tem que ver se a assinatura que é feita na ficha (de apoio ao partido) está de acordo com a assinatura que está no título de eleitor. E, às vezes, as pessoas mudam a grafia ao longo da vida. O nome, por exemplo. Uma pessoa casa, mas muda de nome. O título tem o nome de anterior (de solteiro). Então, tem uma série de questões que têm que ser observadas na hora de preencher a ficha para que a sua intenção de nos ajudar, de ter a rede de sustentabilidade, seja validada na Justiça Eleitoral.
Aqui em Manaus, vocês estão recolhendo assinaturas e, em um momento de debate, de plenária, quais os temas que a senhora vai abordar, claro, além da rede?
Na verdade, nós vamos abordar os temas ligados à questão programática vamos partir das diretrizes que apresentamos em 2010 (na campanha eleitoral para presidência da república), eu e o Guilherme, vamos aprofundar essas diretrizes em grandes seminários no Brasil inteiro, com trabalhadores; movimentos sociais; empresários comprometidos com a sustentabilidade; com a academia, temos pessoas de muitas universidades que estão nos ajudando; com a juventude; os movimentos sociais.
Vai haver toda uma discussão programática em torno de qual Brasil que queremos. E a discussão organizativa que é essa, de como fazer para que cada vez mais as pessoas possam se envolver na coleta das assinaturas.
A sua vida política foi pautada em defesa de minorias, de mulheres, de defesa ambiental. Esse novo partido tem essas bandeiras? Ou tem essas e também quais outras? Como está o direcionamento, o partido vai trabalhar em quais áreas?
Trabalhar em todas as áreas. Na ideia de um novo modelo para o Brasil. O desenvolvimento sustentável não é uma, digamos, uma plataforma de minoria. É uma plataforma para pensar o desenvolvimento com qualidade de vida, com emprego, moradia digna, é ocupação para as pessoas, educação de qualidade. A sustentabilidade tem várias dimensões. Uma dimensão econômica, social, ambiental, cultural e, porque não dizer, política e ética. A sustentabilidade como um modelo de desenvolvimento. Essa é a nossa proposta, o nosso compromisso de pensar o Brasil no que concerne a um novo modelo. Um modelo que gere emprego, que gere riqueza e, ao mesmo tempo, preserve as imensas riquezas naturais que temos. E com a participação de amplos setores da sociedade, com o empresariado moderno, com os trabalhadores, os movimentos sociais, da academia – que tem uma grande contribuição a dar.
Produzir mais, utilizando menos recursos naturais, desperdiçando menos, cada veze menos recursos naturais é um desafio que vai precisar de conhecimento, tecnologia e inovação. E a parceria com a academia é muito importante, sobretudo com a juventude que está ávida por mudança, por poder transformar o mundo para ter uma chance de ter um futuro.
Dos nove estados da Amazônia, quais a senhora já visitou nesse um mês de divulgação para conseguir assinaturas?
Nós começamos essas visitas na semana passada: Rio de Janeiro e São Paulo. Ontem, Pará. Hoje, Amazonas. Amanhã, Acre. E depois vamos dar continuidade ao processo em outras cidades da região.
Uma mensagem para os amazônidas. Para os 25 milhões de brasileiros. Aqueles que votaram ou não na senhora no último pleito para a presidência. O que eles podem esperar desse novo partido, dessa nova proposta, que é de mudança?
Há um esforço para que as pessoas, elas possam contribuir para um Brasil que a gente quer, para o Amazonas que a gente quer, o Acre que a gente quer, o mundo que a gente quer. Infelizmente, os partidos se transforam em projetos de poder pelo poder; e já não discutem propostas, já não discutem ideias; já não discutem visão de País. Cada um pensa qual é o próximo passo eleitoral para ganhar o poder. E a rede se propõe a isso, a fazer um debate com a sociedade. A tirar o cidadão do lugar de espectador da política e colocá-lo no lugar de sujeito político, de protagonista, de autor, mobilizar. Essa talvez seja a principal mensagem, mas não apenas como uma mensagem dita, é uma mensagem vivida. Nós já funcionamos assim em rede. O movimento ambientalista, o empresariado moderno, os acadêmicos comprometidos com essa nova agenda, sobretudo a juventude que não quer ver o seu futuro ameaçado já está se mobilizando para, como diz o Gadhi, ser a mudança que gostaria de ver.

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